EU

O impulso para o ato criativo nos faz vivos.

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LAURA CORRÊA

“Quando a alma quer experimentar
alguma coisa, atira uma imagem a sua frente
e depois avança até ela.”
Eckhart

Apaixonada pela imagem desde muito cedo, meu primeiro amigo, antes mesmo da palavra, foi o lápis. Eterno companheiro, me guiou ao encontro de meu fazer no mundo, o desenhar.

Em 1993, estreitei meu encontro com as artes visuais, entrando nas faculdades de Publicidade e Propaganda (Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo) e Desenho Industrial (Universidade Mackenzie, São Paulo). Entendi que a criação artística seria meu caminho de expressão pela vida, uma forma de respiração. E o mundo e o olhar intenso e profundo para ele, meu alimento. Viajei impulsionada por essa paixão, para encontrar pessoas e aprender mais sobre design, tipografia, branding, artes plásticas, fotografia, gravura, história da arte, em lugares como Firenze (na Scuola di Arti di Firenze), Nova Iorque (na School of Visual Arts), São Francisco (na AIGA), e Londres (na Royal School of Art).

Trabalhei, de 1994 a 2004, em agências de design gráfico, desenvolvendo projetos de identidade visual, embalagem, design editorial, design promocional e design de ambientes.

A partir de 2004, empreendi meu próprio estúdio, buscando re-significar minha forma de atuação no mundo por meio do desenho. Questionando e rompendo alguns paradigmas que permeavam a prática do design, entendi que o que fazia não era apenas desenho gráfico, mas sim, desenho de processos. E o que mais desejava era expandir e deixar brotar a força criativa e criadora de cada um. Desta forma, ampliei a minha capacidade de atuação na sociedade, pude encontrar novos clientes e projetos e, principalmente, uma nova forma de me relacionar com eles. Além dos projetos gráficos, participei da conceituação e gestão de projetos culturais, trabalhei na construção da Rede Digital de Criação ItsNoon, e sou co-fundadora da Escola Livre Areté.

Nessa jornada, mergulhei cada vez mais na força simbólica e mítica das imagens, estudando os processos perceptivos e criativos, desenhando com o lápis e com a luz. A fotografia, pela qual me apaixonei no momento em que entrei pela primeira vez em uma sala escura, aos 17 anos, passou a ser muito mais do que registro, mas uma forma de me ajudar a ver e ler o mundo: um processo de revelação no tempo.

Acreditando que é o impulso para o ato criativo que nos faz vivos, e que as imagens simbólicas, que permeiam nosso mundo extremamente visual, são muito mais que dados, são sementes vivas, veículos de potencialidades, desenvolvi um processo de co-criação que coloco em ação em cada projeto que realizo, quando busco abrir espaço para as pessoas e organizações revelarem as imagens que manifestam suas intenções, o sentido de suas ações e buscas. E quando isso acontece, os símbolos que surgem são RE-CONHECIDOS, como uma porta que se abre para algo que estava apenas escondido.

O trabalho do BEM TE VI é o de revelar as imagens que nos impulsionam e representam nossa essência. E assim, abrimos caminho para o ser criativo que todos somos. Nos tornamos artistas de nossas vidas, avançando, como Eckhart diz, em direção à imagem que deixamos emergir e vir ao mundo.